A construção de um novo tipo de relação Estado-Sociedade-Mercado requer a reapropriação da política pela cidadania, assim como a existência dos novos espaços públicos para o debate sobre as alternativas de desenvolvimento para o século 21.
Desenvolvimento como um processo de mudanças qualitativas, como categoria central de sua filosofia, que além dos bens materiais contempla outros elementos, como o conhecimento, o reconhecimento social e cultural, os códigos éticos e espirituais de conduta, a relação com a natureza, os valores humanos e o que queremos enquanto futuro da espécie humana. E isso só acontecerá com a verdadeira participação das pessoas e das diversas institucionalidades que representem a nova cultura política, isto é, com a nova governança.
De acordo com a ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social, desenvolvimento sustentável refere-se à integração de objetivos de alta qualidade de vida, saúde e prosperidade com justiça social e manutenção da capacidade da Terra de suportar a vida em toda a sua diversidade. Esses objetivos sociais, econômicos e ambientais são interdependentes e reforçam-se mutuamente. Desenvolvimento sustentável pode ser tratado como uma forma de expressar as expectativas mais amplas da sociedade como um todo.
A prática de uma postura de responsabilidade social corporativa está diretamente ligada à percepção de fatores intangíveis que agregam valores tangíveis à organização, tais como aumento de receita, redução de custos e aumento de competitividade. Trata-se de estímulo interno para inovação de processos e produtos, aumento da demanda por seus produtos e participação no mercado, ambiente externo favorável à cooperação empresarial, fatores de competitividade sistêmica e redução da instabilidade política e institucional local.
O desenvolvimento sustentável não é um processo que dependa somente das diretrizes e intervenções do Estado, nem tampouco é o resultado exclusivo das atividades empresariais privadas: o desenvolvimento depende da forma como o conjunto da comunidade organiza a produção social. De fato, a conquista da eficiência produtiva e a competitividade das empresas privadas são função “sistêmica” de todo um conjunto de atividades que envolvem a sociedade. Numa perspectiva de sustentabilidade, o sucesso das empresas depende dos avanços na área social, assim como o enfrentamento das grandes questões sociais, estão a depender da sustentabilidade econômica das empresas e da sua contribuição direta e indireta na área social.
Como um megaempreendimento imobiliário nacional, a Reserva do Paiva deverá se constituir numa referência de inovação social, atendendo, inclusive, os referenciais de Responsabilidade Social Empresarial da ISO 26000, que contemplam o compromisso com o desenvolvimento socioeconômico do território.
O local possui ativos endógenos importantes que devem ser contemplados numa estratégia de desenvolvimento que busque a equidade social e a sustentabilidade ambiental.